No segmento de contêineres refrigerados, carga brasileira transportada pela via chega a 21% Cerca de 9% de toda a carga brasileira de contêineres passa pelo Canal de Suez – bloqueado por um porta-contêineres desde terça-feira –, segundo levantamento da consultoria Datamar. Isso representa, por dia, um volume diário de aproximadamente 1.400 TEUs (medida usada para contêineres, equivalente a 20 pés).
O dado considerou importações e exportações no período de 12 meses entre março de 2020 e fevereiro de 2021.
Embora a participação no volume total seja relativamente baixa, o impacto se mostra mais preocupante no segmento de contêineres refrigerados. Nessa categoria, 21% da carga brasileira passa pelo Canal de Suez.
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Para o Brasil, a principal rota impactada pelo bloqueio são as viagens até o Oriente Médio e Extremo Oriente (Mid and Far East), explica Andrew Lorimer, presidente da Datamar. Um segmento bastante prejudicado, portanto, são as exportações de carne para os países do Oriente Médio.
“O preocupante é que essa situação ocorre em um momento de fretes já astronômicos e falta de contêineres, devido à pandemia. Antes, já não havia previsão de quando a situação iria se normalizar. Com isso, deve haver uma nova onda de caos”, afirma.
Ele avalia que, mesmo que a situação se resolva rapidamente, levará ao menos um mês para que os impactos sejam absorvidos.
Além da falta de capacidade, que já eleva os fretes, o bloqueio em Suez deve impactar fortemente os preços do petróleo, já que o trajeto recebe muitos navios transportando combustível. Com isso, o preço do combustível dos navios também deverá encarecer, pressionando ainda mais os preços.