NOSSO SHOW EM 1 MINUTO
COPA CIDADE DE MANAUS 2024

Campos Neto alerta para aumento de incerteza fiscal em função do Orçamento 2021

Por Portal Nosso Show/Redação em 04/04/2021 às 14:24:39

Para o presidente do BC, percepção de peça inexequível ou que exija suplementação de crédito é fator que vai preocupar a autoridade monetária, já que altera o prêmio de risco nas variáveis macroeconômicas O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou para o aumento da incerteza fiscal em função do Orçamento 2021. Em entrevista ao “Estado de S.Paulo” publicada neste domingo, ele disse que “qualquer incerteza em relação ao Orçamento agrava a incerteza fiscal”, apontou para o aumento das taxas de juros do mercado – o que mostra a preocupação com a sustentabilidade das contas públicas –, defendeu a importância de uma mensagem de credibilidade, que mostre convergência fiscal à frente, e ressaltou o impacto negativo da incerteza fiscal para a condução da política monetária.

“Quando olhamos a reação do mercado e dos agentes econômicos às notícias fiscais, é uma preocupação que está no topo da lista, é o que tem sido responsável por fazer o risco do Brasil ser elevado, diferenciando o País do resto dos países. Hoje, somos o País mais endividado do mundo emergente”, disse Campos Neto ao jornal.

Para ele, o Orçamento ainda não está fechado e é preciso acompanhar as negociações para avaliar a influência na atuação do Banco Central. Caso o Orçamento passe, no entanto, ele destacou que “a percepção de que ele é inexequível ou precise fazer algum tipo de suplementação de crédito para que atinja os números é um fator que vai preocupar o BC”, já que altera o prêmio de risco fiscal presente nas variáveis macroeconômicas.

Na entrevista, o presidente do BC também apontou sua preocupação com o ritmo de avanço da vacinação, já que é ela “que faz a economia abrir”. “Para o BC, é relevante ter uma estimativa de abertura da economia para traçar o nosso cenário”, apontou.

Campos Neto também defendeu a mais recente decisão da autoridade monetária de aumentar a taxa básica de juros de 2% para 2,75% ao ano, ao ser questionado sobre “uma encruzilhada” em elevar juros em meio à retração da atividade econômica.

“Nossa meta primordial é a inflação. Na nossa linguagem deixamos claro que essa alta não vai influenciar fortemente o crescimento de 2022. O BC controla os juros curtos (a taxa Selic), mas tem um conjunto de outras variáveis que não estão no controle do BC, como a curva longa de juros, o câmbio e outras condições”, disse ele, que reforçou a importância da condução da política monetária para uma inflação mais estável ao longo do tempo. “É importante conduzir a política com credibilidade. É o que maximiza, ao longo do tempo, o processo onde a inflação seja menos volátil, mais estável e baixa”, disse.

Ele também afirmou que a mensagem transmitida pelo Banco Central é que se antecipa uma nova alta de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, “a menos que as condições mudem de forma extraordinária”. “Num contexto que não se realizou e de inflação acima do esperado, com um processo de contaminação, acreditamos que fazer mais rápido significa que podemos antecipar e fazer menos no total”, afirmou.

Ao jornal “O Estado de S.Paulo”, Roberto Campos Neto também negou que tenha recebido convite para substituir Paulo Guedes no Ministério da Economia, como o mercado já especulou algumas vezes. “Nunca houve convite. Eu tenho uma agenda no BC a seguir. Tenho uma missão no BC a cumprir”, disse ele, explicando que sua agenda “comunga das mesmas ideias do grupo econômico como um todo”.

A defesa do liberalismo também foi tema da entrevista, com Campos Neto reforçando que “o liberalismo é a solução" e defendendo a redução do tamanho do Estado. “Acredito que o liberalismo é a solução, porque o Estado brasileiro está intoxicado pelo seu tamanho. Precisamos ganhar eficiência diminuindo o seu tamanho e não aumentando. Existiram tentativas feitas no passado de ganhar eficiência através de aumento, e não deu certo. Estamos aqui para fazer uma tentativa diferente, o pensamento liberal”, apontou.

Pablo Jacob/Agência O Globo

Fonte: Valor Econômico

Tags:   Valor
Comunicar erro
GOVERNO DO AMAZONAS

Comentários

ANUNCIE AQUI