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O que faço se a empresa foi comprada e perdi espaço?

Por Portal Nosso Show/Redação em 05/05/2021 às 06:49:23
A colunista Sofia Esteves responde leitora que perdeu funções dentro de sua equipe com a chegada de uma nova liderança >> Envie sua pergunta, acompanhada de seu cargo e sua idade, para: [email protected]

"Trabalho em uma universidade há 8 anos. No ano passado ela foi vendida para outro grupo, meu chefe que era o gerente foi demitido. Em seu lugar, colocaram o supervisor de manutenção, que tinha 5 funcionários. Eu sempre fiz as escalas de trabalho para minha equipe (30 pessoas), fiz o ponto, pedidos de materiais de limpeza, controles de estoque e a distribuição de tarefas. Mas agora esse novo chefe trocou o horário dos funcionários da minha equipe sem me consultar, tirou meu acesso ao ponto sem me comunicar e toma decisões sem falar comigo. Estou me sentindo excluída, como se eu não fosse nada. O que posso fazer?"

Encarregada da limpeza, 37 anos

A troca da gestão de uma empresa realmente exige algumas adaptações, tanto de quem está chegando para ocupar o cargo de liderança quanto de quem já atua na empresa. E, no meio dessa transição, alguns atritos podem surgir.

Começo explicando essa questão para deixar claro que não necessariamente existe um conflito no nível pessoal, um problema com você ou com seu estilo de trabalho. Acho que todo mundo já passou por uma situação assim, em que o comando de uma organização muda e, com isso, surgem alguns estranhamentos. O melhor a se fazer neste momento? Dialogar.

Já abordamos o tema da comunicação em outros artigos, mas insisto neste recurso porque, de fato, é fundamental nas relações de trabalho. Muitas vezes, nos sentimos incomodados, descontentes ou inseguros, mas temos a tendência de guardar isso para nós mesmos. Sofremos em silêncio. Só que, pensa comigo, como podemos mudar essa situação se não comunicarmos ao outro esses sentimentos?

Traduzir em palavras aquilo que sentimos é uma forma de compartilhar a nossa percepção e, talvez mais importante, checar se existe uma compatibilidade de percepções. O que quero dizer é que a mesma situação pode ser enxergada de forma diferente, dependendo da perspectiva.

Quando chega um novo chefe e ele começa a fazer algumas mudanças sem consultar o encarregado daquela área, este profissional pode se sentir desrespeitado. Agora, e se, do ponto de vista do novo chefe, essas mudanças são entendidas apenas como um processo natural da troca de liderança? E se ele achar que é esperado que ele, como novo chefe, tome as rédeas de algumas atividades? E se ele inclusive achar que está ajudando o encarregado da área ao tomar algumas decisões?

A ideia, aqui, não é invalidar os sentimentos de quem se sente colocado de lado, mas simplesmente mostrar que, dependendo do ponto de vista, uma história pode ganhar outras cores. Entender isso só reforça o valor da comunicação, afinal, é por meio do diálogo que podemos conferir se as versões de uma mesma história batem.

Meu conselho é: convide o novo chefe para uma conversa, mostre que você está aberto para compartilhar seu conhecimento e experiência sobre a área e se coloque à disposição para ajudá-lo na adaptação à nova empresa. Aproveite para compartilhar os seus incômodos de maneira educada e com o objetivo de chegar a uma resolução que funcione para as duas partes. Compartilhe a sua versão da história e, lembre-se, para haver comunicação, você precisa estar aberto também para escutar a versão dos outros.

Sofia Esteves é psicóloga com especialização em recursos humanos e presidente do conselho do grupo Cia de Talentos

Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

>> Envie sua pergunta, acompanhada de seu cargo e sua idade, para: [email protected]

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Fonte: Valor Econômico

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