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Declarações "estapafúrdias" de Guedes soam como "autoconvocação", diz relator da CPI


O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que as "declarações estapafúrdias" do ministro da Economia, Paulo Guedes, soam como uma "autoconvocação" para um depoimento no colegiado. Há alguns dias, o emedebista vem defendendo que o chefe da equipe econômica preste esclarecimentos aos senadores sobre suas ações no combate à pandemia.

A crítica de Calheiros faz menção à repercussão negativa gerada na semana passada, quando Guedes disse, em uma reunião do governo, que os chineses inventaram o vírus da Covid e que a vacina desenvolvida no país é "menos efetiva" que a produzida nos Estados Unidos.

"Problema do Paulo Guedes não são os recursos e, sim, as declarações estaparfúrfias, que soam como autoconvocação dele. Não sei se o espírito dele é esse", disse Renan. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já preparou o requerimento que obriga Guedes a dar seu testemunho no colegiado. A expectativa é que essa convocação seja aprovada na semana que vem.

As sucessivas críticas do governo brasileiro aos chineses têm irritado os parlamentares, principalmente aqueles ligados ao agronegócio. O assunto foi citado inclusive pelo presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz, durante o depoimento do ex-ministro Nelson Teich.

"Eu acho que a situação nossa em relação a ter insumos vai piorar com essa declaração hoje [do presidente]", disse. "Hoje foi ruim, viu. [Bolsonaro] chama de guerra química e tal. E a gente está dependendo, a gente está na mão dos chineses para trazer o IFA (insumo farmacêutico ativo), nós não temos produção de IFA aqui e não vamos ter tão cedo. A gente depende da Índia para alguns insumos, da China para outros insumos", complementou.

Em entrevista coletiva após os trabalhos desta quarta-feira, Aziz voltou a tocar no tema. "Esses ataques à China...não é só o vírus que vai matar brasileiros, também poderá ter problemas econômicos. Nós somos superavitários com a China, nós ganhamos muito com a China", disse.

O presidente da CPI adiantou, inclusive, que deverá cobrar explicações de Ernesto Araújo, ex-chanceler, na semana que vem, quando ele terá de falar à CPI. Araújo foi convocado pelo colegiado hoje, um dia depois de o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta responsabilizá-lo pelas dificuldades no diálogo com os chineses.

"Em relação ao ministro Ernesto Araújo é diferente. Um parceiro comercial como a China não dá para menosprezar, nem do ponto de vista do IFA, que estamos precisando, nem do ponto de vista da economia brasileira. O que nós vendemos de commodities num intercâmbio com a China. Intercâmbio para trazer tecnologias e mandar grãos, frangos, carne e ferro. É importante para a nossa economia", argumentou.

Valor Econômico

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