A Câmara dos Deputados, sob a liderança de Hugo Motta (Republicanos-PB), avalia a criação de 12 Comissões Parlamentares de InquĂ©rito (CPIs). Os pedidos jĂĄ contam com o apoio de mais de 171 deputados, o mĂnimo necessĂĄrio para serem apresentados à Mesa Diretora.
As CPIs, caso aprovadas, tĂȘm o poder de convocar testemunhas, coletar depoimentos e produzir relatórios conclusivos sobre temas de interesse pĂșblico. A duração e o nĂșmero de integrantes de cada comissão são definidos no pedido de sua criação.
Entre os temas propostos, destacam-se investigações sobre operações fraudulentas em pirâmides financeiras e supostas irregularidades em pacotes de viagens, com empresas que não repassam pagamentos ou cancelam pacotes jĂĄ pagos.
Outras CPIs em potencial miram o aumento do uso de crack e o trĂĄfico de drogas desde 2016, o trĂĄfico infantil e a exploração sexual de menores no Brasil, e atĂ© mesmo abusos de autoridade atribuĂdos a integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), com foco no ministro Alexandre de Moraes na condução de inquĂ©ritos contra polĂticos de direita e jornalistas conservadores.
"Pedidos de CPI precisam de assinaturas de um terço dos deputados  171 signatĂĄrios  para tramitar" - Foto: JoĂ©dson Alves/AgĂȘncia Brasil/Arquivo.
HĂĄ tambĂ©m propostas para investigar supostas violações por concessionĂĄrias de energia elĂ©trica, a renovação de contratos de fornecimento de energia, denĂșncias de exploração sexual infantil na Ilha do Marajó, a atuação dos planos de saĂșde, casos de violĂȘncia contra a mulher e a demarcação de terras indĂgenas no Brasil.
A oposição tenta emplacar CPIs para apurar irregularidades no governo Lula, como a CPI das Quentinhas, a CPI dos Correios e a CPI do Arroz, mas ainda não conseguiram o nĂșmero de assinaturas necessĂĄrias. A CPI do Arroz, que visa investigar o polĂȘmico leilão de arroz realizado após as enchentes no Rio Grande do Sul, chegou perto, com 159 assinaturas, mas não avançou devido à pressão do governo sobre partidos aliados.
A possĂvel criação de uma CPI para investigar abusos de Alexandre de Moraes e outros ministros do STF demonstra a crescente insatisfação de parte da população e de polĂticos conservadores com o ativismo judicial e as decisões controversas da Corte, que muitas vezes são vistas como perseguição polĂtica e cerceamento da liberdade de expressão.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA