O diretor-geral da PolĂcia Federal, Andrei Rodrigues, abordou a autonomia da instituição e sua relação com o governo atual durante um painel recente. Questionado sobre como sua proximidade com o governo poderia influenciar a independĂȘncia da PF, Rodrigues minimizou as especulações, enfatizando que sua ligação com o presidente Lula é estritamente institucional.
Rodrigues destacou a natureza do cargo que ocupa, ressaltando que a confiança depositada nele se refere ao seu trabalho e competĂȘncia profissional. Ele expressou o desejo de dissipar a percepção de que existe uma relação pessoal que possa comprometer a atuação da PolĂcia Federal. Afirmou que a PF atua com total independĂȘncia, sem considerar a posição polĂtica ou econômica dos investigados.
Em suas declarações, o diretor-geral fez referĂȘncias indiretas à Operação Lava Jato, contrastando sua gestão com o perĂodo em que a operação ganhou notoriedade. Ele criticou o que chamou de "espetĂĄculos de operação", mencionando a exposição de presos e a cobertura midiĂĄtica intensa das investigações. Sob a atual gestão, segundo ele, a prioridade é a discrição e a preservação da imagem dos envolvidos.
"Esse é um cargo de confiança. E a confiança no trabalho das pessoas. Fico pensando se o presidente nomearia alguém que não confia nessa função, então precisa ter a confiança. Acho que a gente tem de terminar de vez com isso, de que hĂĄ essa relação pessoal, que não tenho." disse Andrei Rodrigues, sobre sua relação com Lula.
Rodrigues enfatizou que a PF não busca mais a exposição midiĂĄtica de suas operações, como ocorria no passado. Ele mencionou a ausĂȘncia de presos algemados sendo exibidos à imprensa e a discrição nas investigações, sem a presença de câmeras na porta dos investigados. Além disso, criticou a realização de entrevistas coletivas e apresentações em powerpoint, que eram comuns durante a Lava Jato.
O diretor-geral questionou a notoriedade de alguns delegados da PolĂcia Federal durante a Lava Jato, como o "JaponĂȘs da Federal" e o "Hipster da Federal", e afirmou que sua gestão busca restaurar a institucionalidade e a estabilidade da corporação.
As declarações de Andrei Rodrigues contrastam com o perĂodo da Lava Jato, que ficou marcada pela forte exposição midiĂĄtica e pelo combate à corrupção em grande escala. As crĂticas do diretor-geral ressaltam uma mudança de postura da PolĂcia Federal em relação à forma como conduz suas investigações e se relaciona com a imprensa e a sociedade.