O diretor-geral da PolĂcia Federal, Andrei Passos Rodrigues, expressou sua oposição ao projeto de anistia aos condenados pelos Atos de 8 de Janeiro. A declaração foi feita durante a 11ÂȘ edição da Brazil Conference, em um painel ao lado do procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet, neste sĂĄbado, 12 de abril de 2025.
Rodrigues enfatizou a gravidade dos eventos de 8 de Janeiro, que incluĂram planos de assassinato contra o presidente Lula, o vice-presidente e o presidente da Corte Eleitoral. Ele ressaltou que os atos não se resumiram a vandalismo, mas envolveram uma tentativa de ruptura da democracia e ataques às instituições do Estado.
"Havia um plano de assassinato do presidente da RepĂșblica, do vice-presidente da RepĂșblica e do presidente da nossa Corte Eleitoral. Isso, por si só, deveria chocar e espantar todos" disse Andrei Rodrigues.
O diretor-geral da PF também defendeu a responsabilização dos envolvidos nos crimes, na proporção de sua gravidade. Ele mencionou a denĂșncia da Procuradoria-Geral da RepĂșblica à Suprema Corte, reforçando a importância de punir os responsĂĄveis por crimes de tamanha magnitude. Alinhado com a defesa da lei e da ordem, Rodrigues se mostra um defensor da punição para aqueles que atentam contra a democracia, demonstrando postura firme contra a impunidade e a favor do estado democrĂĄtico de direito.
"Acho inaceitĂĄvel não punir pessoas que cometeram crimes dessa envergadura." afirmou Andrei Rodrigues.
Questionado sobre sua proximidade com o governo Lula, Rodrigues esclareceu que sua relação com o presidente é estritamente institucional, baseada na confiança em seu trabalho. Ele enfatizou que a PF atua com independĂȘncia, sem considerar a estatura polĂtica ou econômica dos investigados. A declaração busca dissipar quaisquer dĂșvidas sobre a autonomia da PolĂcia Federal sob sua gestão, demonstrando que o trabalho da instituição é pautado pela imparcialidade e pelo cumprimento da lei.
Além disso, Rodrigues destacou que, sob sua gestão, a PF não promove mais "espetĂĄculos de operação", criticando indiretamente o perĂodo da Lava-Jato. Ele mencionou a ausĂȘncia de presos algemados expostos à mĂdia e de entrevistas coletivas com powerpoint, buscando resgatar a imagem da instituição e garantir a discrição e a seriedade nas investigações. Essa mudança de postura reflete uma nova abordagem na condução das operações policiais, priorizando a legalidade e o respeito aos direitos dos investigados.
Em uma crĂtica implĂcita à era da Lava Jato, Rodrigues apontou a recuperação da estabilidade e institucionalidade da PF, mencionando a ausĂȘncia de figuras como o "japonĂȘs da Federal" e o "hipster da Federal", que ganharam notoriedade durante aquele perĂodo. Sob a gestão de Rodrigues, a PF busca evitar o culto à personalidade e o sensacionalismo, priorizando o trabalho técnico e a discrição nas investigações.
A firme posição de Andrei Rodrigues contra a anistia aos envolvidos nos Atos de 8 de Janeiro e sua defesa da autonomia da PF refletem um compromisso com a lei, a ordem e a estabilidade democrĂĄtica. Em um momento de polarização polĂtica, a postura do diretor-geral da PolĂcia Federal reforça a importância de punir os responsĂĄveis por crimes contra o Estado e de garantir a independĂȘncia das instituições responsĂĄveis pela segurança pĂșblica.