Inicialmente, a greve começou com adesão parcial, mas os líderes sindicais confirmaram que a meta é ampliar a paralisação para 50% da frota até o fim do dia. "Estamos convencendo mais motoristas e cobradores a aderirem. Se não houver resposta das empresas, fecharemos mais linhas", afirmou Givancir Oliveira, presidente do sindicato.
O Sindicato das Empresas de Transporte (Sinetram), no entanto, alega que a decisão judicial já estabelece um piso de 70% de operação nos horários de pico e ameaça multar as empresas que não cumprirem. "A greve é ilegal e desproporcional. Estamos abertos a negociar, mas dentro da lei", declarou um representante do Sinetram.

Com 30% dos ônibus parados, os passageiros já enfrentam superlotação, atrasos e disputa por alternativas. Muitos relataram esperar mais de uma hora em pontos de ônibus, enquanto outros tentaram, sem sucesso, encontrar motoristas por aplicativo devido à alta demanda.
O trânsito na capital amazonense também está mais lento, com filas em vias principais devido ao aumento de carros particulares e transportes alternativos.
Enquanto o sindicato dos rodoviários promete ampliar a greve, o Tribunal Regional do Trabalho marcou uma audiência de conciliação para esta quarta-feira (16). O governo do Amazonas evitou se pronunciar diretamente, mas fontes da Secretaria de Mobilidade admitem que, se a paralisação chegar a 50%, o colapso no transporte será inevitável.
Os trabalhadores afirmam que só suspenderão o movimento se houver uma proposta concreta de aumento e garantia dos postos de cobradores. Já as empresas defendem que a modernização da frota (com ônibus sem cobradores) é "inevitável" e que o foco deve ser a requalificação dos funcionários.
Cenário crítico para quarta-feira
Se nenhum acordo for fechado até amanhã, Manaus pode enfrentar um dos maiores colapsos no transporte público de sua história, com prejuízos econômicos e sociais em larga escala.