Pesquisa indica que aumento no número de carros de aplicativo não levou à diminuição nas viagens com carros particulares em Paris e Londres. Celular mostra aplicativo da empresa Uber
Divulgação/Uber
A Uber, pioneira no setor de viagens compartilhadas, em vez de ser parte da solução para o transporte urbano pode estar adicionando problemas relacionados à poluição, revela um estudo publicado nesta quinta-feira (21).
Segundo a Transport & Environment, que agrupa ONGs na Europa para promover soluções sustentáveis de transporte, a Uber revolucionou o setor de táxis, mas não levou à redução das viagens de carro particular em Londres e em Paris.
Em vez disso, a conveniência de reservar viagens de carros torna o aplicativo "cada vez mais popular, arriscando provocar uma reversão de uma tendência de 15 anos de redução de viagens de carro nas cidades", segundo o estudo.
De acordo com a análise, a adoção de serviços de carona nas cidades da União Europeia "representa um risco para a luta contra a poluição e as mudanças climáticas."
Carros a diesel
As operações da Uber em Londres, Paris e Bruxelas produzem cerca de 525 mil toneladas de CO2 por ano, o que equivale às emissões de 250 mil carros, estima o relatório. Esses veículos são movidos principalmente a diesel.
"Se a Uber continuar sua prática comercial atual de adicionar mais carros com motor de combustão e quilômetros impulsionados por combustíveis fósseis em nossas cidades, isso será um obstáculo à transição para cidades verdes e sustentáveis na Europa", afirmou a organização.
Uber
Phil Noble/Reuters
O relatório recomenda que a empresa pare de adicionar carros movidos a combustíveis fósseis às frotas e que foque em trocar os veículos existentes por elétricos.
Em resposta, a Uber afirmou estar comprometida em se afastar de carros particulares "em direção a um futuro elétrico compartilhado".
"Para isso, estamos trabalhando ativamente com cidades da Europa para melhorar o acesso a meios de transporte limpos, seguros e acessíveis".