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Juros futuros fecham em alta com fatores técnicos e temor de risco fiscal

Por Portal Nosso Show/Redação em 01/04/2021 às 16:53:42
Enquanto permanece o impasse sobre o Orçamento de 2021 e os riscos fiscais se mantêm elevados, os juros futuros encerraram o pregão regular desta quinta-feira em alta ao longo de toda a estrutura a termo da curva. O estresse observado no mercado de câmbio também contribuiu para a alta das taxas, assim como fatores técnicos, após o Tesouro Nacional aumentar o volume de prefixados ofertados ao mercado.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 passava de 4,59% no ajuste anterior para 4,61%; a do DI para janeiro de 2023 subia de 6,39% para 6,47%; a do contrato para janeiro de 2025 avançava de 8,06% para 8,14%; e a do DI para janeiro de 2027 passava de 8,70% para 8,75%.

Às vésperas do feriado que deixará os mercados fechados por aqui, a curva de juros se ajustou em alta desde o início do pregão, em um movimento que se tornou mais forte no “miolo” da curva ao longo da manhã. Ao contrário das semanas anteriores, o Tesouro Nacional voltou a aumentar a oferta de LTNs e, como consequência, colocou mais risco no mercado (dv01, métrica associada à variação das taxas de juros).

Para efeito comparativo, o Tesouro havia ofertado apenas R$ 70 mil em dv01 no leilão de prefixados da semana passada e R$ 300 mil na venda que ocorreu em 18 de março. No leilão de hoje, a oferta em dv01 foi de R$ 1,47 milhão, com a colocação de R$ 1,39 milhão no mercado. Com maior risco, as taxas futuras foram às máximas do dia após a divulgação dos editais do Tesouro, mas o movimento perdeu um pouco de fôlego após o término do leilão.

Embora os fatores técnicos tenham ajudado as taxas a se firmarem em alta ao longo de toda a sessão, o risco fiscal também continua sobre a mesa diante do impasse em torno do Orçamento para este ano. Em carta referente a março, os gestores da Occam notam que, apesar da nomeação de novos ministros, com indicação de dois congressistas da base do governo, “o Poder Executivo não tem mostrado disposição para negociar e aprovar as reformas necessárias para a consolidação fiscal e aceleração do crescimetno no país”.

Nesse cenário, e diante da mudança nas perspectivas da inflação, a Occam nota a mudança na postura do Banco Central do início do ano para cá. A gestora também aponta que, ao contrário da indicação do BC de uma normalização parcial da política monetária, avalia que “a evolução do cenário demandará a convergência ao menos para a taxa de juro neutra”.

A curva de juros, inclusive, continua a precificar chance majoritária de um aumento de 1 ponto percentual na Selic na reunião de maio. Na próxima semana, os números do IPCA de março devem ser observados com atenção pelos agentes do mercado. Além disso, discursos de dirigentes do Banco Central devem ser monitorados.

Fonte: Valor Econômico

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