Prejuízo é estimado em R$ 2,1 milhões aos cofres do Estado A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e outras 17 pessoas por integrarem um esquema de desvio de recursos públicos durante o enfrentamento à pandemia no Estado, com prejuízo estimado em R$ 2,1 milhões aos cofres do Estado.
A acusação foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde as investigações tramitam desde o ano passado sob a relatoria do ministro Francisco Falcão, que autorizou três operações para a coleta de documentos, depoimentos e mensagens trocadas por investigados.
A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo afirmou que Lima liderou "verdadeira organização criminosa" que desvirtuou a compra de insumos para o combate à covid-19. Ela diz ser certo que, "em pelo menos uma aquisição, o intento (do crime contra administração pública) se concretizou".
Também são alvos da denúncia o vice-governador, Carlos Almeida (PTB); o secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Antony Filho e o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias, além de servidores públicos e empresários.
De acordo com a PGR, a Secretaria de Saúde do Amazonas adquiriu 28 respiradores de uma empresa de comercialização de vinhos, por um preço 133% maior do que o praticado no mercado. O governador e um servidor também são acusados de tentar atrapalhar as investigações adulterando documentos.
Em agosto, o Valor mostrou que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) - órgão responsável por dar assessoria jurídica às transações do governo - não foi previamente consultada antes da compra dos respiradores.
A subprocuradora também denunciou Lima e três servidores, incluindo o ex-secretário de Saúde, pelo fretamento indevido de uma aeronave para o transporte dos ventiladores pulmonares, o que custou R$ 191 mil aos cofres do Estado.
Wilson Lima, governador do Amazonas (PSC).
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