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Bolsonaro silencia sobre marca de 500 mil mortes por covid-19 no Brasil

Por Portal Nosso Show/Redação em 19/06/2021 às 23:38:28

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, recebeu uma enxurrada de críticas nas redes sociais ao defender o presidente Bolsonaro silencia sobre vidas perdidas mas usa redes sociais para defender a execução de bandidos

Valor

Mesmo com canais comunicação oficiais à disposição e tão ativo nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro não usou nenhum desses meios, até agora, para lamentar ou se solidarizar com as famílias das vítimas no dia em que Brasil atingiu a marca de meio milhão de mortes pela covid-19.

O silêncio do presidente certamente não é pelas vidas perdidas, pois já usou as redes sociais hoje para acenar para os segmentos mais conservadores que defendem a execução de bandidos, ao dizer que o criminoso em fuga em Cocalzinho (GO) deve ser “no mínimo preso”.

O número de mortes por covid-19 ao longo da pandemia nunca foi bem assimilado pelo presidente. As planilhas já foram excluídas do site do Ministério da Saúde, republicadas por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e caíram em descrédito. Foi preciso que os órgãos de imprensa formassem um consórcio para terem acesso a dados mais confiáveis, obtidos diretamente com as secretarias de saúde nos Estados e municípios.

Ao anunciar luto oficial de três dias no Maranhão pelas mais de 500 mil mortes, o governador Flávio Dino lembrou da referência que o presidente costumava fazer à doença: uma “gripezinha”. Daí, vem o argumento de que as estatísticas de mortes estavam infladas, porque boa parte dos pacientes tinha alguma doença preexistente, o que seria a “verdadeira” causa do óbito.

A mesma alegação levou auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), ligado à cúpula do governo, a produzir “estudo paralelo” que sustentava um número de mortes inferior ao apresentado pelos Estados e municípios. O levantamento, que foi desmentido pelo tribunal, veio a público em declaração do próprio Bolsonaro.

Bolsonaro ainda terá chance de fazer neste domingo uma postagem na internet ou talvez um pronunciamento em rede nacional para cumprimentar as famílias das mais de 500 mil vítimas e reiterar o compromisso em vacinar rapidamente toda a população. O silêncio do presidente se estende também à comunicação do Palácio do Planalto, que não respondeu se haverá algum posicionamento oficial.

Ao reagir à responsabilização de Bolsonaro pela escalada de mortes na pandemia, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse, em postagem no Twitter, que há uma tentativa de atribuir toda a culpa ao chefe da nação e reduzir a percepção de esforço do governo federal na luta contra o vírus. “Existe é uma tentativa coordenada de colocar tudo na conta do Bolsonaro e minimizar todo o trabalho e os esforços do governo federal para o combate da pandemia”, escreveu.

Faria disse que, apesar do marca histórica de óbitos, o melhor a fazer seria “comemorar os 86 milhões de doses aplicadas ou os 18 milhões de curados”. Os “curados” aos qual o ministro se refere são as pessoas que foram contagiadas e se recuperaram – completa ou parcialmente, pois muitos ainda enfrentam sequelas graves ou leves.

Durante a pandemia, o governo sempre procurou destacar o número de “recuperados”, como se estivessem imunizados contra o novo coronavírus.

A declaração de Faria, que é chefe da estratégia de comunicação do governo, repercutiu muito mal na redes. O ministro recebeu uma enxurrada de críticas na internet após as postagens.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também cumprimentou os familiares das vítimas em postagem no Twitter. “Presto minha solidariedade a cada pai, mãe, amigos e parentes, que perderam seus entes queridos”, afirmou.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, foi o único chefe dos Três Poderes a prestar solidariedade às famílias diante da marca de meio milhão de mortes, até a noite deste sábado. No Legislativo, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco, também não se manifestaram.

Fonte: Valor Econômico

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