Alta da CSLL é medida "antiquada e despropositada", diz presidente da ABBC

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Segundo ele, bancos tendem a repassar para as taxas de juros do crédito o impacto do medida O aumento da alíquota de CSLL, definido pelo governo para compensar a isenção de tributos federais sobre o diesel e o gás de cozinha, é uma medida “antiquada, despropositada, assimétrica e desproporcional”, disse o presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Ricardo Gelbaum.

De acordo com ele, o custo disso recairá sobre a sociedade, pois os bancos tendem a repassar para as taxas de juros do crédito o impacto da alta na carga tributária – que já é um dos grandes componentes do spread.

Ricardo Gelbaum

Valor

“Pouco importa se é temporário ou não. É a mesma coisa perder de 7 a 1 ou de 2 a 1. É má notícia de qualquer forma”, disse Gelbaum ao Valor. O executivo se despede neste ano da presidência da ABBC, que já representava bancos pequenos e médios e, em sua gestão, atraiu também um grande número de fintechs.

Gelbaum lamentou a medida, que considera antiquada num momento em que o setor abraça inovações como o Pix, o open banking e outros itens da agenda pró-competição do Banco Central. Ele disse estar “decepcionado” com a proposta, enquanto a agenda de reformas não avança como deveria.

O aumento da carga tributária não é bem-visto pelos bancos como um todo, mas é proporcionalmente mais danosa para as instituições de menor porte, que têm custo de captação mais elevado que as grandes. A medida proposta pelo governo recai sobre os bancos, mas não sobre outros segmentos, como seguradoras e empresas de leasing.

Mais cedo, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, afirmou por meio de nota que o aumento da CSLL é uma nova “cota de contribuição” dos bancos para o combate à pandemia e uma medida “temporária e circunstancial”.

Segundo apurou o Valor, o ministro da Economia, Paulo Guedes, telefonou para Sidney nesta terça-feira para anunciar a medida e assegurou que o aumento será temporário.