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Variante genĂ©tica protege indĂ­gena da Amazônia contra doença de Chagas

Por Portal Nosso Show/Redação em 01/04/2023 às 21:00:52
Foto Agência Brasil

Foto Agência Brasil

A baixa ocorrĂȘncia de doença de Chagas entre povos indígenas da Amazônia pode ter uma explicação genética, aponta estudo publicado na revista Science Advances. Segundo o trabalho científico, uma variante genética, presente na maioria dos indivíduos analisados na região, tem importante papel na resistĂȘncia à infecção pelo parasita causador da doença.

A doença de Chagas é transmitida por um inseto - um percevejo popularmente conhecido como barbeiro ou chupão. Assim que o barbeiro termina de se alimentar, ele defeca, eliminando os protozoĂĄrios e colocando-os em contato com a ferida e a pele da vítima, transmitindo o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas. A doença pode ocasionar problemas cardíacos, digestivos ou neurológicos.

O estudo analisou mais de 600 mil marcadores do genoma de 118 pessoas de 19 populações indígenas, que representam a maior parte do território da Amazônia, tanto no Brasil como nos outros países da América do Sul que abrigam a floresta.

A pesquisadora do Instituto de BiociĂȘncias da Universidade de São Paulo (IB-USP) Kelly Nunes explica como ocorreu a adaptação dos indígenas. "O continente americano foi o último ocupado pelos humanos modernos e tem uma grande variedade de ambientes. Isso certamente causou uma pressão seletiva sobre esses povos e induziu adaptações, como essa que estamos vendo agora", destaca Kelly Nunes, que divide a primeira autoria do estudo com Cainã Couto Silva, doutorando na ĂĄrea de genética e biologia evolutiva pelo Instituto de BiociĂȘncias da USP.

Com variadas técnicas, os pesquisadores encontraram diferenças em genes envolvidos no metabolismo, no sistema imune e na resistĂȘncia à infecção por parasitas como o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas. Uma das variantes mais frequentes, presente no gene conhecido pela sigla PPP3CA, ocorre em 80% dos indivíduos analisados.

A variante também estĂĄ presente em outras populações, porém, numa frequĂȘncia bem menor: 10% na Europa e 59% na África.

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